23 fevereiro 2012

Cremona, capital mundial do violino


Considerada uma das cidades mais dinâmicas do norte da Itália, Cremona situada na região da Lombardia é conhecida como a "Capital Mundial do Violino". Os violinos feitos por Niccolò Amati, Antonio Stradivari ou Stradivarius e Guarneri Gesù perpetuaram a tradição musical por meio de concertos e através das atividades do Instituto Internacional de fabricantes profissionais de violinos e a Fundação Antonio Stradivari.







Stradivarius é uma das mais famosas marcas de instrumentos de corda do mundo. Seu construtor, o luthier Antonio
Stradivari que viveu em Cremona entre 1644 a 1727, produziu vários violinos e violoncelos. Ele foi um gênio que mostrou seu talento com apenas 22 anos de idade.

Artesão apaixonado e habilidoso, Stradivarius concebida violinos e outros
instrumentos impecáveis estabelecendo um padrão incomparável, o que lhe rendeu fama e destaque durante sua vida e mesmo depois de sua morte. Diante dos bonitos jardins na Piazza Roma, ele morava e trabalhava. Segundo historiadores, ele mantinha cada violino em seu quarto antes do envernizamento acreditando que existia uma conexão espiritual com aquele instrumento. Foi assim que ele deu alma a cada violino que criava.

Mais de 1.000 violinos foram criados, mas apenas 650
ainda existem. O mais famoso é chamado de "O Messias" de 1716 e se encontra no Museum de Oxford. Esse violino praticamente nunca foi tocado, isso devido à pouca alteração de seu verniz em comparação com outros instrumentos da mesma época.

Seus violinos continuam a ser o padrão de escolha de músicos de todo mundo e as técnicas de fabricação dos famosos
violinos de Stradivarius ainda são desconhecidas sendo provavelmente os mais valiosos do mundo. A melhor escola de luthier ou fabricante de violinos está em Cremona. Em suas ruas e vielas há muitas oficinas onde os violinos são fabricados de forma artesanal com a mesma qualidade através dos séculos.





Situada às margens do Rio Pó, acredita-se que os etruscos ou celtas se instalaram nas terras férteis da Lombardia há mais de 3.000 anos. Tendo sido uma colônia romana, Cremona tornou-se uma das maiores cidades do norte da Itália devido à Via Postumia, a estrada principal que ligava Genova a Aquileia. Tendo florescido durante a Idade Média, participou de diversas lutas e guerras. Foi no passado desmembrada, reunificada e controlada pelo clero.
No coração da cidade velha a Piazza del Comune ou Praça do Povo reúne o Batistério, a Catedral, a Torre do sino e a Prefeitura em diferentes estilos e cores. A praça é conhecida pelo contínuo movimento de pessoas que preenche de vida e alegria os espaços, principalmente os degraus da Prefeitura nas tardes quentes de verão.

A Catedral de Cremona é dedicada a Santa Maria Assunta, um vasto templo decorado com esculturas e pinturas que teve
sua construção iniciada no século 12, talvez o período de maior prestígio da cidade. O local escolhido para a construção foi o ponto mais alto da cidade medieval que ficava a salvo da inundações do Rio Pó, que antes passava mais próximo da cidade. Durante os séculos a igreja foi passando por diversas remodelações que lhe deu o aspecto atual, além da loggia e dos leões em mármore que suportam os pilares.




A Torre do sino com 130 metros de altura ou Torrazzo é a torre mais alta da Itália feita somente de tijolos. Também é o símbolo de Cremona e para se chegar ao topo é preciso muito fôlego para alcançar mais de 500 degraus e depois descer os mesmos degraus numa estreita escada em espiral, onde há até um semáforo para controlar o trânsito de pessoas subindo e descendo. Mas a vista panorâmica do alto é surpreendentemente extraordinária.

Segundo a tradição popular, foi a primeira construção alta no ano de 754 que foi sendo acrescentada de andares até ser
concluída em 1309. No quarto andar está um dos maiores relógios astronômicos do mundo. Criado em 1583 por Francesco e seu filho Giovan Divizioli, o relógio representa o céu com as constelações do zodíaco por meio do qual se vê o movimento do Sol e da Lua.
Mais do que decorativo, o relógio que ainda continua funcionando e serve desde tempos antigos para marcar a hora do dia, os meses do ano e as fases dos corpos celestes etc. A cada 18 anos e 3 meses, quando o quarto ponteiro completa o círculo e coincide com os ponteiros do sol e da lua, significa que um eclipse está em andamento.


Terra de muitos sabores e gostos marcantes, a culinária cremonese tem muitos ingredientes e muita originalidade com
seus risotos, raviolis, carnes, queijos, amêndoas e a famosa Mostarda de Cremona que serve de acompanhamento para carnes e queijos.

A origem da palavra Mostarda vem do latim, Mustum Ardens ou Mosto ardente. A clássica
Mostarda di Cremona era feita com mosto de uva; hoje é acrescida com frutas variadas preservadas em xarope cujo sabor é ressaltado com óleo ou pó de mostarda.




Dizem
que o delicioso torrone clássico teria sido inventado em Cremona. Da torre di Cremona teria originado o nome dado ao doce típico da Lombardia. Também conhecido por Nougat, é uma mistura de clara de ovo, mel e açúcar, recheado com amêndoas, nozes e amendoins ou avelãs, com cobertura.

Segundo a tradição, o primeiro torrone de Cremona foi servido em 1441 durante um banquete, porém alguns alegam que
o torrone já era apreciado no tempo dos romanos. Importantes inovações foram sendo agregadas ao torrone que hoje é produzido em toda Itália. Em novembro, a bela cidade é totalmente preenchida pelo tradicional doce durante o Festival Anual de Torrone em Cremona.

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Quem sou

Nascida em Belo Horizonte, apaixonada pela vida urbana, sou fascinada pelo meu tempo e pelo passado histórico, dois contrastes que exploro para entender o futuro. Tranquila com a vida e insatisfeita com as convenções, procuro conhecer gente e culturas, para trazer de uma viagem, além de fotos e recordações, o que aprendo durante a caminhada. E o que mais engradece um caminhante é saber que ao compartilhar seu conhecimento, possa tornar o mundo melhor.